16 de abril de 2015

A poesia de Fabiana Ventura

Adeus Bandeira

Vou-me embora pra Brodowski!
Lá sou amiga de Portinari,
Lá tem as cores que quero
Para o poema que escreverei...
Lá a existência é como uma pintura,

De tal modo frequente
Que Dom Quixote de la Mancha,
Cavaleiro e ser transcendente,
Vem a saltar fulgente
Da tela para a lembrança...

E como farei mágica!
Andarei como poeta,
Escreverei: aqui nunca acabo...
Viverei de sonhar!

Vou-me embora pra Brodowski!

Em Brodowski não sou muda,
Lá tenho sempre outra canção
E um jeito puro
De escrever com o coração...

E quando finalmente me viste
De palavras e cores sem defeito,
Quando repentinamente me der
Vontade de chorar

— Lá sou amiga de Portinari —
Terei as cores que quero

Para o poema que escreverei,
Vou-me embora pra Brodowski!