11 de dezembro de 2015

A poesia de Rodrigo Brito

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colheradas de mortes exalam

um vazio no corpo

os sustos           as angústias

lápides internas todas devastadas

o silêncio lançamento de lembranças

imagens de oceanos

cheiros que levam ao abismo

memorial de sorrisos

o que carrega dentro dos olhos

não formam os desenhos

 

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Vi um velho homem na narrativa da cidade

suas labaredas mediam as histórias

Ônibus passam sobre os mortos

ruas que desfazem esperanças

Defuntos nos cheiros

nos cheiros

quem me dera rasgar minha alma

e desenhar um barco com as folhas cortadas.

 

9

 

Quem me dera perder-me nos oceanos

lançaria todos os sorrisos ao fundo

secaria os planos

esqueceria as bocas que me beijam

 

As palavras não são para mim

os afagos tão distante de meus braços

não podem nunca ser meus

 

Os risos que não dei

são as vozes de meus silêncios

 

 

Rodrigo Brito nasceu em 20 de fevereiro de 1989 em Cuiabá, Mato Grosso. Graduado em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso, atualmente é discente do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagem (PPGEL-UFMT). Autor de Solstício ao Luar (2013) e Visões (2015), possui colaborações em jornais e antologias. Apreciador de Rock'n'roll, leitura e cinema, tenta socializar os seus devaneios através da arte.