17 de outubro de 2014

A poesia de Thaís Falleiros

Livre no céu
O passarinho voa
Mal sabe ele a vida boa
Que leva lá no ar
Asas aqui em baixo
São coisas raras
Só têm aqueles
Que sabem sonhar!

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A vida é um voo
E só voa alto e bonito
Aquele que se doa
Se livra das mágoas
Das raivas pesadas
Dos egos feridos
Dos pesos antigos
E perdoa!

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“Bicho do mato”

Saudade é bicho do mato
Que morde doído
Que agarra apertado
Que arranca pedaço
Se alimenta de coração.
Saudade é bicho ligeiro
Sagaz e traiçoeiro
Se esconde no canteiro
E sem pestanejo
Ataca de supetão.
Saudade é bicho raivoso
Sempre anda sozinho
Assalta nosso ninho
Prefere andar a noite
E paquera a solidão.

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Já fui lago, poça d´água
Vapor, pingo de torneira
Já sonhei ser mar, oceano
E viajar pelo mundo inteiro
Rio que dá vida aos campos
Sacia a sede dos rebanhos
Já fui enchente e até tsunami.

Mas nunca fui geleira
Pois os sentimentos aquecem
Transformam-me com tempo.

Hoje sou cachoeira!
Deixo-me levar pelo encanto
Dos pássaros e de seus cantos
Das paisagens, da natureza
Faço espuma, brinco, levanto poeira
Mas procuro ser sinfonia
Para aqueles que perto de mim
Permanecem e não me deixam.

Não quero mais a calmaria
Nem tão pouco as tempestades
Quero passar de maneira suave

E deixar saudade!

por Thaís Falleiros