21 de setembro de 2014

Vidas Anônimas: um blog que busca o extraordinário na vida de pessoas comuns

O pintor dono de um pincel mágico, que busca descobrir qual cor o tornará visível ao olhar alheio. O porteiro que distribui benções às centenas de moradores do edifício em que trabalha. O homem que é anônimo na maioria dos 365 dias do ano, mas durante os festejos de momo se tornava o Rei do Carnaval alagoano. A senhora que entre pontos altos, baixos, médios e inteiros, tricotou-se em pontos quebrados. A doce senhorinha que cheira a saudade, a tempo, a lembranças de uma vida vivida e hoje esquecida.Lançado em abril deste ano, o Vidas Anônimas (www.vidasanonimas.com.br) é uma publicação on-line e independente destinada a leitores interessados em descobrir o que está além. Sua autoria é de quatro amigos reunidos em torno de um denominador comum: a vontade de contar histórias e a generosidade em dividi-las com os leitores.“O que afinal essas pessoas pensam sobre a existência? O que escondem em seu anonimato?”, essas são perguntas que norteiam o trabalho de Ana Cecília, Elayne Pontual, Francisco Ribeiro e Glória Damasceno. “Pretendemos preencher o vazio e quebrar o silêncio dessas vozes, mostrar a cara daqueles que não viraram notícia, revelando ao leitor a realidade, essa que vai além das capas de jornais e revistas”, afirma Ana Cecília, uma das autoras do blog.

Na contramão do timing dos jornais, das revistas e da internet, o projeto traz imagens e textos mais reflexivos, que contam a vida de pessoas-estatísticas, de gente que dribla as armadilhas do cotidiano brasileiro, de rostos anônimos que desejam bem mais do que sobreviver. “Nossa principal ferramenta é a sensibilidade e nela nos apoiaremos para encontrarmos outro ângulo, outro foco, outro olhar”, diz Elayne Pontual, idealizadora do blog.

Construído através de quatro perspectivas diferentes sobre a vida, o projeto se dedica a investigar os milagres cotidianos. “Se temos um ideal, é a nossa fé no homem. Queremos enxergar o que é alheio para a maioria, porque existe algo belo no que é desapercebido”, pontua Francisco Ribeiro.

Para Glória Damasceno, a maior gratificação do projeto é dar vez e voz às falas que se fizeram mudas, ou que foram caladas: “E, sobretudo, sem vaidade, mostrar ao personagem que a vida dele é mais importante do que ele imagina, que ele tem muito a contar”.

SERVIÇO
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