2 de dezembro de 2020

Saga, a série épica de ficção científica

Saga é um épico de fantasia criado por Brian K. Vaughan que conta a história de Alana e Marko, dois ex-soldados em lados opostos de uma guerra intergaláctica entre seus mundos, e da filha deles, Hazel. O amor proibido de Alana e Marko transformou o jovem casal em alvo para os líderes dos dois exércitos. Eles só querem viver em paz, mas terão que lutar muito para isso.

A série já está no seu oitavo volume e a editora Devir Brasil reimprime os três primeiros volumes para quem quer ver a sua coleção completa e só descobriu essa HQ no meio do caminho...

Para quem ainda não conhece Saga, aqui algumas razões para ler a série.

Gosta de Star Wars? É exatamente como Star Wars.

Saga é uma série de ficção científica, que se passa numa galáxia cheia de magia e de monstros e também de naves espaciais e lasers. Existe uma guerra entre o planeta Aterro, cujos habitantes têm asas nas costas, e sua lua Grinalda, cujo povo tem chifres — e essa guerra se espalhou por todo o universo. Os heróis saem numa aventura que abrange vários mundos, participam de batalhas épicas, enfrentam nefastos caçadores de recompensas, e um robô que os caça impiedosamente. Você lembra como Star Wars trouxe exatamente tudo isso que nunca tínhamos visto antes, mas de uma forma tão legal que tudo parecia certo e praticamente real? Saga tem essa mesma magia.

Gosta de Star Wars? Não tem nada a ver com Star Wars.

Não existe um Império do Mal nessa história, nem um lado do bem, somente a guerra e violência que Aterro e Grinalda exportaram para outros planetas depois que se tornaram destrutivos demais para eles próprios. Nossos heróis, Alana de Aterro e Marko de Grinalda, são dois soldados de lados opostos que se apaixonam e fogem. Eles não estão numa cruzada heroica para impedir a guerra, eles só querem ser deixados em paz com sua filhinha Hazel — mas essa união aborrece os dois lados do conflito, que enviam o Príncipe Robô IV (um aliado de Aterro que tem uma televisão no lugar da cabeça) e o caçador de recompensas O Querer, em seu encalço. Mas esses caras não trazem nenhuma semelhança com Darth Vader ou Boba Fett — O Príncipe está desesperado para encontrar os traidores para poder voltar para casa antes do nascimento do seu próprio filho, enquanto que O Querer desiste quase que imediatamente do trabalho para resgatar uma garotinha de sei anos de um planeta de escravos sexuais.

É completamente insano.

Você já percebeu o quão criativo é Saga? A nave em que Marko e Alana escapam é uma árvore que não tem um painel de controle (ela vai para onde quer, apesar de que você sempre pode tentar pedir com jeitinho). A babá de Hazel é o fantasma de uma menina de 14 anos, que perdeu a parte de baixo do seu corpo. Existe um povo de cavalos-marinhos, gigantes de três olhos com testículos gigantes, um gorila flamejante que diz “Boo!”, espadas que podem cortam o tempo e o espaço, uma pequena foca antropomórfica de macacão, e muito mais.

Mas também é muito real.

Pode parecer um pouco estranho chamar um quadrinho que tem uma mulher aranha seminua de “realista,” mas quando se trata de seus personagens, Saga tem uma atmosfera totalmente autêntica. Marko e Alana não são simples engrenagens na Jornada do Herói, eles são duas pessoas plenamente realizadas, que se amam tremendamente sem que isso pareça, nem sequer por um momento, sentimentaloide. Todas as brincadeiras, as brigas, as transas parecem mesmo com as de qualquer casal, que não dá a mínima para a guerra entre seus povos, somente para sua filha recém- nascida. E como já foi mencionado, os “vilões” de Saga têm motivações totalmente compreensíveis.

Saga é antes de tudo uma história de pais de primeira viagem que trazem um filho a um mundo que parece terrível. Enquanto que Alana e Marko querem somente a alegria de ter uma criança, O Querer os chama de “cuzões” por trazerem um bebê para um universo tão horrível. O próprio Vaughan é um pai iniciante e isso foi uma das inspirações para que ele escrevesse Saga, e esse dilema não é estranho a qualquer pai seja ele novo, velho, ou para aqueles que ainda pensam em ter um filho.

Tem uma arte incrível!

Cortesia da fenomenal artista Fiona Staples que traz à vida de forma autêntica e inédita cada um dos conceitos propostos por Brian K. Vaughan, não importa quão insano sejam.

Mas é no seu trabalho com os personagens que as coisas ficam ainda mais incríveis, pode-se retirar todos os balões de uma página e ainda assim saber exatamente o que está se passando, graças às expressões dos personagens desenhadas com perfeição!

Mas, para isso, não existem palavras capazes de descrever o trabalho, você terá que ver com seus próprios olhos!

Também é atraente, romântico e erótico

O próprio Vaughan descreveu Saga (brincando, obviamente) dessa forma. Saga é sexy. Parte disso é porque Saga tem cenas de sexo, e a outra parte fica por conta da arte fenomenal de Staples e também pela atração quase tangível entre Marko e Alana, que é potencializada pelo amor que eles sentem um pelo outro, e pelo quão real esse relacionamento parece ser.

É muito divertido.

Bem, qualquer um que conheça os trabalhos anteriores de Vaughan, sabe do que estamos falando, seja em Fugitivos ou Y: O Último Homem. É impressionante quão divertido seu trabalho pode ser, ao mesmo tempo em que ele é cativante e aterrorizante. Saga faz o leitor rir alto, tanto quanto irá emocioná-lo ou chocá-lo.

Saga tem uma “Gata da Mentira”.

O Mercenário O Querer, tem uma enorme gata azul e sem pelos, chamada Gata da Mentira, que anuncia em alto e bom som “Mentira” quando quer que ele ouça alguém dizendo alguma inverdade. Uma habilidade que gera diversas situações divertidas e também desagradáveis.


AUTORES

Brian K. Vaughan é um roteirista americano de quadrinhos conhecido pelas séries Y: O Último Homem e Ex-Machina e também por ter escrito para o cultuado seriado de TV Lost. Já ganhou sete Eisners Awards (prêmio considerado o Oscar dos quadrinhos americanos) e é um dos autores mais consagrados do mundo das HQs. Também se destacam suas passagens como escritor nas séries de personagens famosos, como X-Men, Homem-Aranha, Batman, Mulher-Maravilha, Liga da Justiça, Lanterna Verde, além de trabalhos autorais como Os Escapistas (DEVIR Livraria) e Os Leões de Bagdá (Panini). Este último recebeu o Harvey Awards de Melhor Graphic Novel em 2007.

Fiona Staples é uma artista canadense mais conhecida por seus trabalhos em DV8: Gods and Monsters e T.H.U.N.D.E.R. Agents. Ela foi escolhida para ilustrar SAGA pelo próprio Brian K. Vaughan, após a indicação do roteirista Steve Niles (30 Dias de Noite), um amigo em comum. O estilo marcante de seu traço lembra as técnicas usadas em desenho de animação convencional e seu colorido único e inconfundível traz influências de animês e videogames.

Fonte: Texto adaptado da Devir Brasil