25 de agosto de 2014

Entrevista com o Letras Solidárias

O projeto Letras Solidárias é desenvolvido por estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) bolsistas do Programa de Aprendizagem Cooperativa em Células Estudantis (PACCE) da Coordenadoria de Formação e Aprendizagem Cooperativa(COFAC). O projeto tem como objetivo contribuir com o letramento dos estudantes do ensino médio, proporcionando rendimento satisfatório na prova de redação do ENEM, a partir do trabalho voluntário de revisores de textos.

Como surgiu a ideia do projeto “Letras Solidárias”?

Surgiu de um amigo, Nonato Furtado, professor da IFCE. Em 2012, ele fazia um trabalho tímido com os estudantes do PRECE ( Programa de Educação em Células Cooperativa) de correção de redação para o ENEM. Existia uma equipe de revisores da rede PRECE que ajudavam na correção.

E como foi o início do projeto?

Em 2013, eu, Gustavo Ewerson, com o Bruno Ribeiro e o Diogo Fernandes fomos convidados pelo professor Manoel Andrade, gestor da EEEP de Pentecoste e Professor da UFC. O projeto surgiu como necessidade de ajudar todos estudantes da EEEP de Pentecoste na produção textual.
Daí, fizemos o trabalho de articulação. Captamos revisores solidários, enviamos as redações para os revisores, os revisores nos devolvem e nós geramos um boletim para os alunos.

Quer dizer, então, que, desde o início, vocês já se propunham a realizar um trabalho em prol de um acompanhamento para a correção de redações estilo ENEM para os alunos da Escola de Pentecoste?

Sim. E também nós recebemos produções textuais com alunos com dificuldade em escrita. Trabalhos estes desenvolvidos por estudantes de letras, orientados pela professora Ana Célia Clementino Moura, bolsistas do PACCE (Programa de Aprendizagem Cooperativa em Células Estudantis).

E como foi a recepção por parte dos alunos?

Os alunos ficam muito gratos. Gostam bastante de saber que pessoas distantes deles estão corrigindo suas redações. Além disso, eles gostam da forma como elas são corrigidas. Um trato interpessoal bem interessante.

Como se dá o processo de correção? Quantas redações cada corretor corrige?

Gostamos de utilizar o termo revisor, pois os voluntários não são profissionais específicos. Estão realizando um trabalho voluntário. Então, elas decidem quantas redações irão corrigir.

Vocês acreditam que este projeto poderia ser estendido a outras escolas ou acreditam que ele apenas evidencia a carência de laboratórios no ensino público?

Sim. Já recebemos várias propostas de atender outras escolas. No entanto, estamos finalizando este trabalho na EEEP de Pentecoste. Precisamos avaliar e melhorar nosso trabalho para poder expandi-lo.

E quais projetos paralelos vocês têm desenvolvido com os alunos?

Em decorrência das muitas dificuldades de escrita dos alunos, nós resolvemos captar livros de literatura para a biblioteca da escola para estimular os alunos na leitura. Nós acreditamos nesta atividade como peça chave para haver uma boa produção escrita.