14 de novembro de 2021

Junji Ito participa da XX edição da Bienal do Livro Rio

O artista japonês Junji Ito, o mais importante nome contemporâneo do terror de histórias de quadrinhos, tem presença confirmada na XX Bienal do Livro Rio, que acontece de 03 a 12 de dezembro, no Riocentro, Barra da Tijuca. A mesa sobre o mestre de horror, comparado ao Stephen King dos mangás, será no dia 06 de dezembro (segunda-feira), às 10h. A participação de Junji Ito será online, mas quem vai mediar o papo presencialmente serão: a youtuber Miriam Castro Mikann e a roteirista de HQs Kika Hamaoui.

"Fiquei muito feliz de mediar o papo com o Junji Ito ao lado da Mikannn. Tenho certeza que o público vai aproveitar muito essa Bienal inédita na forma, no formato e na formação. Novos tempos exigem outras trocas e fazer parte disso na mesa de um dos maiores artistas contemporâneos dos mangás de terror é uma grande honra", comenta Kika.

A mesa abre um diálogo investigativo do corpo de trabalho, trajetória, e das motivações artísticas do célebre autor, que escreveu premiadas histórias mergulhadas no medo e na psiquê mais deturpada da humanidade.
A princípio, o artista desenhava e escrevia mangás como um hobby, já que trabalhava na área de odontologia na década de 80. Fã do mestre de horror do Kazuo Umezu, ele enviou em 1987 um conto para a Monthly Halloween e ganhou uma menção honrosa no Kazuo Umezu Prize, onde o próprio Umezu estava presente como um dos juízes.

Junji Ito se destaca não só pela sua narrativa amedrontadora, mas também pelos seus desenhos gráficos repletos de bizarrices e violência. Ainda que sejam adjetivos comuns ao universo dos mangás, o artista leva o horror ao extremo, mesmo com imagens estáticas, criando um universo repulsivo que faz o público querer devorar suas histórias. Algumas de suas obras de destaque são: "Fragmentos do Horror" (Darkside), "Uzumaki", "Tomie", "Gyo" e "Frankenstein".

Fenômeno "Demon Slayer" faz vendas de mangás decolarem no Brasil.

Ao olhar especialmente para o público mais jovem, nota-se que de 2020 para cá a garotada acima de 12 anos procura cada dia mais os mangás. E existe um fenômeno responsável por esse movimento: "Demon Slayer" (Panini), mangá com personagens super carismáticos, que ganhou animação japonesa, e foi transmitida em diversas plataformas de streaming mundo afora. No Brasil, a transmissão ficou por conta da Netflix, em 2019.

O mangá vendeu mais de 38 milhões de cópias em 31 semanas no ano de 2019 e ultrapassou o recorde que pertencia ao mangá One Piece, com 37.996.373 milhões de cópias vendidas em 2011.
A trama de "Demon Slayer" é sobre um jovem rapaz chamado Tanjiro que trabalha para ajudar sua família. Um dia, ao sair para realizar uma venda longe de casa, retorna e encontra quase todos seus familiares mortos por demônios japoneses. A única sobrevivente é sua irmã Nezuko, que parece ter sido contaminada pelos demônios - mas ainda é metade humana.

O fenômeno de vendas impulsionado pelo anime via plataforma de streaming, fez com que mais jovens conheçam a cultura pop japonesa. Obras, como: Jujutsu Kaisen (Panini), Konosuba - Abençoado mundo maravilhoso (Panini) e o Wotakoi - O amor é difícil para otakus (ou seja, para os nerds) são algumas das histórias que fazem sucesso entre o público feminino adolescente no país.

Sobre a Bienal do Livro Rio
Consagrada como o maior festival de cultura e literatura do Brasil, a Bienal Internacional do Livro Rio integra o calendário oficial da cidade e chega à sua 20ª edição propondo uma reflexão com diferentes perspectivas sobre quem éramos, quem somos, e o que vamos ser daqui para frente neste novo horizonte que nos aguarda. Mais do que um encontro de histórias, em que o livro é o protagonista, a Bienal é uma plataforma de conhecimento e conteúdo exclusivos, que estimula a imaginação do leitor, aproxima o público dos seus escritores preferidos, além de lançar novos autores. Desta vez, com todo o cuidado necessário pelo atual momento, o festival será online e offline. Com a missão de incentivar o hábito da leitura para mudar o país, a Bienal traz este ano uma provocação: "Que histórias a gente precisa contar agora?".