DBA lança livro inédito da coreana Bea Su-ah
Cai a noite em Seul, a moderna capital da Coreia do Sul, e a atriz Ayami se despede de seu emprego em um teatro para cegos que está fechando as portas. Agora ela está sem rumo: não sabe o que fazer da vida em uma cidade que lhe parece hostil e ameaçadora.
Assim começa uma jornada inesperada, que leva Ayami a buscar uma professora de alemão desaparecida e a iniciar um complexo relacionamento com um escritor de romances policiais – ou seria ele um poeta? Em Noite e dia desconhecidos, nada é o que parece, e imagens e cenas se repetem em diferentes cenários, que variam do espaço hiperurbano de Seul à beira do mar em Valparaíso.
Pouco a pouco, a lógica da realidade vai se desfazendo. Enquanto imergimos em uma atmosfera de sonho ou pesadelo, a identidade dos personagens se revela incerta. Tão incerto como o futuro de Ayami, seu passado parece desvanecer progressivamente, e por suas brechas se insinuam possíveis traumas reprimidos.
Traduzido direto do coreano por Hyo Jeong Sung, o romance de Bae Su-ah resgata o que a tradição surrealista trouxe de mais apaixonante em um livro que encanta e perturba na mesma medida. Sua obra também dialoga com as produções mais experimentais do cinema asiático, como os filmes de Pen-Ek Ratanaruang e de Kim Ki-Duk.
Noite e dia desconhecidos desafia os limites da literatura, abalando todas as certezas do leitor e criando um enigma poético e instigante sem paralelos no panorama literário ocidental.
“A ficção fantástica de Bea Su-ah explora os limites do conhecimento, da identidade e da percepção, sugerindo que uma história é tão fixa quanto o mundo ao seu redor.” - The Guardian
Bae Su-ah nasceu em 1965 e se formou em química pela Ewha Womans University, de Seul. Estreou como escritora em 1988 com a obra A dark room. Desde 2001, reside na Alemanha. Sukiyaki de Domingo (Estação Liberdade, 2014), seu primeiro título traduzido ao português, oferece uma crítica social à vida contemporânea na Coreia do Sul.