18 de abril de 2016

Pela democracia

É verdade que ontem foi de arrepiar. Muitas pessoas ficaram na frente da televisão ou na frente do computador, esperando cada deputado falar, esperando, angustiosamente, cada voto. É verdade também que os brasileiros ontem, apesar das movimentações feitas pelo Brasil, por todos que desejam uma melhoria para o país, independente de existir lados, estavam apreensivos, ansiosos, sem saber o que está por vir, ninguém, nesse momento, poderá prever nada.

Ainda assim, é necessário que tomemos posições, que deixemos claro o que pensamos e pelo que lutamos. Nossa luta diária, de incentivar a leitura, de publicar novos autores, de divulgar a literatura, também está ligada diretamente ao que pode acontecer com o país. Sabemos que as questões econômicas poderão vir a prejudicar mais ainda milhões de brasileiros devido ao que o governo atual fez frente à economia do país, buscaram afastá-la do país, o que não foi possível, o que seria algo impossível, uma vez que tantos outros, países da Europa, da Ásia, e até os Estados Unidos, sofreram com ela.

Mas a crise, que deveria ser de fatores econômicos tomou outros ares, o fator ideológico nunca esteve presente como nestes últimos 6 meses, e o que se vê, o que se viu ontem à noite, não é algo que diga respeito à economia brasileira. O que vimos foi algo que poderia ser tido como inenarrável, algo que nunca imaginaríamos que aconteceria em nossas terras. Pois aconteceu. Políticos que ontem diziam sim por suas famílias, que falavam em moralidade, hoje acordaram com a Polícia Federal em sua porta, evidenciando que eles não ligam tanto assim para a moralidade, seja na família, seja na política.

Por isso, diante disso, é que vimos, perante os nossos leitores, nos posicionar. O LiteraturaBr é contra o processo de impeachment. Contra o que ainda poder-se-á ser chamado de golpe, pois ele ainda não está totalmente concretizado. Somos contra o que alguns acham ser uma luta de PT x PSDB, aquele que não deseja ver que o problema é bem maior do que esse não parece estar informado. O que está instaurado no país é uma luta de poucos, em sua maioria homens brancos, ricos, que não estão lutando pelo povo, apesar de estarem, por direito, representando-o. Eles estão se aproveitando de suas posições para fazer do país o que eles bem entendem.

O momento é de repensar nossos valores, de repensar nossas ideias, de escutarmos uns aos outros e de juntos acreditarmos, ainda, na Democracia. A culpa de termos a bancada mais conservadora do país de todos os tempos é também nossa. Mas o Brasil é uma das maiores democracias do mundo, e o que acontece aqui, tenha certeza, será sentido lá fora. Não somos uma republiqueta, como vários pensam e afirmam, somos uma das maiores nações do mundo, somos um dos poucos povos que, mesmo diante de tanta atrocidade civil, conseguiram avançar, mesmo que pouco. É preciso refletir, deixar de apenas repetir informações, é preciso pensar num problema mais amplo, mais complexo, de como tudo está e como tudo ficará.

É por isso, e em prol da Literatura, da Educação, que deixamos evidente nosso posicionamento. Somos a favor da Democracia! Não do impeachment, não de toda essa corrupção que está visível e que, definitivamente, tem de ser expurgada da casa do povo. Se não nos unirmos, independente de partidos, de gostos, a Democracia irá perder, o nosso povo irá perder.

Nathan Matos

Idealizador do LiteraturaBr