5 de dezembro de 2015

Lançamentos Global Editora

andorinha

Andorinha, andorinha, de Manuel Bandeira

Manuel Bandeira é reconhecido como um dos mais importantes poetas nacionais. Sua posição na poesia brasileira é das mais valorosas e contributivas. Foi um dos pioneiros do Modernismo e o principal introdutor do movimento no país. Em Andorinha, andorinha (Global Editora, R$ 65, 512 páginas), conhecemos um Bandeira cronista, crítico literário e militante das artes. Na obra, ele esboça, baseado em suas diversas referências, sua avaliação sobre a pluralidade dos movimentos artísticos do Brasil.

O livro está dividido em catorze seções temáticas, abordando, artes plásticas, música, cinema e teatro. As prosas foram escritas entre 1925 e 1965, e organizadas por Carlos Drummond de Andrade. “[...] o poeta frequentou exposições de arte, foi ao teatro, ao cinema e principalmente a concertos; leu muitos livros, lidou com pessoas muitas, presenciou muitos acontecimentos, e tudo referiu no comentário lúcido, sagaz, bem-humorado, generoso ou rigoroso conforme lhe ditavam a consciência intelectual e o estranhado sentimento humano.”, escreveu Drummond em nota ao livro.

O título remete aos versos do famoso poema “Andorinha, andorinha”, enfeixado no clássico Libertinagem, de 1930 (relançado pela Global Editora em 2013), em que o autor compara a sua vida com o dia da andorinha:

Andorinha lá fora dizendo:

- “Passei o dia à toa, à toa!”

 Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste!

Passei a vida à toa, à toa...

Mas, como disse Drummond, “nem o pássaro viveu o dia ‘à toa, à toa’, nem a existência de Manuel Bandeira, chegando à altura dos oitenta anos, se apresenta frustrada ou ociosa.”

 

O povo brasileiro, de Darcy Ribeiro

o povo brasileiroQuem são os brasileiros? Após 30 anos de estudos a respeito de pontos nodais sobre a origem da sociedade brasileira, Darcy Ribeiro explana em O Povo Brasileiro (Global Editora, R$ 48, 368 páginas), última obra escrita antes de sua morte, suas opiniões e impressões sobre a formação étnica e cultural do povo brasileiro.

A luta dos indígenas para manter viva sua cultura, as agruras sofridas pelos povos africanos aqui escravizados, os dramas vivenciados durante o século XX para a constituição da democracia no Brasil foram alguns dos dilemas históricos abordados pelo mestre Darcy em seus livros.

O subtítulo deste livro – A formação e o sentido do Brasil – define com acerto a dimensão deste texto seminal de Darcy Ribeiro. O autor promove um mergulho profundo nos meandros de momentos fundantes da formação nacional. Ele disserta sobre os antecedentes da expansão ultramarina, as instituições políticas que se organizaram no território americano, o choque entre os povos europeus e os que foram aqui subjugados, a incapacidade das elites monárquicas para lidar com a questão da mão de obra escrava, os processos falhos de urbanização e de industrialização do país, entre outras realidades que compuseram nosso passado.

Esta obra configura-se como um ensaio magnânimo de um pensador que expõe, com propriedade e por meio de uma linguagem clara e ao mesmo tempo exuberante, as agonias e os êxitos da formação de nosso povo.

 

Interpretação do Brasil, de Gilberto Freyre

interpretação do brasilInicialmente escrito para estrangeiros, Interpretação do Brasil (Global Editora, 256 páginas, R$ 55) tem muito o que ensinar aos brasileiros. Traduzido e publicado pela primeira vez em nosso país em 1947, a obra traz um conjunto de conferências apresentadas por Gilberto Freyre em instituições norte-americanas. Os textos reunidos aqui são de suma importância para a compreensão da nossa formação sociocultural, política e literária.

Na década de 1940, tornava-se popular a ideia de que, no Brasil, o padrão de relações interétnicas era diferente ao dos Estados Unidos ou da Europa. Em terras brasileiras, intelectuais, diplomatas e viajantes observavam com espanto a relação no mínimo fraterna entre os diferentes grupos que compunham o todo nacional. Foi nesse contexto que pensadores norte-americanos e europeus começaram a olhar para o nosso país e a se interessar em nossos pesquisadores. Buscava-se compreender um padrão diferenciado de relações raciais, e, ao que tudo indicava, o Brasil poderia fornecer um bom modelo.

Com organização e introdução do antropólogo Omar Ribeiro Thomaz, Interpretação do Brasil traduz a importância que o país passa a ter em um mundo cada vez mais preocupado com as consequências violentas e dramáticas do contato entre povos, culturas e religiões.